quarta-feira, 21 de outubro de 2009

O Tanque dos Missionários


O Tanque dos Missionários foi fundado aqui em nossa cidade na época do paroquiato do Padre João Antonio de Matos, conhecido como Padre João de Matos. Muito influente, o Padre João Antonio de Matos chegou a ser deputado e fundador da Festa da Padroeira. Em 1899, o Padre João Antonio de Matos tentou realizar uma Santa Missão, onde a mesma só aconteceu na virada do século em 1900, com a ajuda dos Freis Joãozinho e João. Os padres, então, resolveram achar um lugar para deixar uma marca dessa Santa Missão. O lugar escolhido era uma mata, onde eles iam rezando da Igreja Matriz de Nossa Senhora Imperatriz. Resolveram assim, cavar um tanque com a ajuda da população de Vila de Campos, como era chamada na época, para ali deixar registrado como ponto da Santa Missão. O tanque era sempre cavado nos horários das Santas Missões, pela manhã e ao entardecer. Ao ser cavado, não demorou muito para que as chuvas enchessem ao ponto de transbordar. O lugar então ficou conhecido como Tanque dos Missionários.

Quem tem trinta e poucos anos, lembra como era divertido esperar o sábado e o domingo para passear no mini-zoologico do Missionário. Era uma verdadeira festa visitar animais, que para nós, eram exóticos. Andar no pedalinho do Tanque dos Missionários era maravilhoso. Hoje, nossas crianças e adolescentes não têm mais locais de lazer e, acima de tudo, locais voltados para celebrar a natureza. Temos, sim, uma geração que acredita apenas no vídeo game, que não sabe o mundo maravilhoso que os cercam e, que na sua maioria não têm contato direto com a natureza.





O Tanque dos Missionários foi o salvador de muitas famílias na época da seca que atingiu, em cheio, nossa comunidade. As pessoas saiam em procissão até o tanque para buscar a água salvadora, foi um período muito difícil e, acima de tudo, benéfico. Benéfico, porque para a população o Tanque dos Missionários passou a ter um valor sentimental e, muitos cidadãos começaram a cobrar uma atitude do gestor da época que resolveu, então, transformar o Tanque dos Missionários em local de lazer e, acima de tudo, um local onde se podia refletir sobre a natureza e, de como o homem necessita dela para continuar a viver no mundo atual.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

O Rio Real

Bem antes do Brasil ser descoberto, o Rio Itanhy dos Índios assim como era chamado o Rio Real, já passava por terras tobienses. Conta uma parte da nossa história, que homens da Coroa Real, de passagem por aqui, descansaram às margens desse rio, e por essa razão deram o nome de Rio Real. O Rio Real nasce na cidade de Poço Verde e deságua no oceano através de Mangue Seco.
Quem vê a quantidade de água do Rio Real ao chegar em Pontal, próximo a Mangue Seco, não acredita que é o mesmo rio que divide a cidade de Tobias Barreto-Se com o povoado Lagoa Redonda-Ba. É realmente revoltante a quantidade de lixo encontrada nas margens que ladeiam o rio, tanto do lado sergipano quanto do lado baiano. Em um tempo que se prega tanto a qualidade da água no planeta, temos duas cidades que deveriam lutar para manter a qualidade da água no seu território e que fazem o contrário. Na cidade de Tobias Barreto, nada é feito para que se amenize o problema, os esgotos são lançados sem cerimônia no Rio que sofre a degradação sem nada poder fazer. Os tobienses, nada fazem. Percebe-se então que eles acreditam que somente o governo pode resolver a situação. No entanto, ser cidadão é algo totalmente fora dos limites de muitos munícipes, pois se a população exigisse políticas públicas e eficazes e que beneficiassem o meio ambiente muitas coisas poderiam ser feitas e, dentre elas, a despoluição do Rio Real.
Vale ressaltar que o meio ambiente é responsabilidade de todos que compõe a nação pois, todos nós vivemos neste mundo. O planeta é o nosso legado mais valioso e, não podemos relegá-lo a segundo plano. A nossa existência depende única e exclusivamente das atitudes que tomamos para proteger o meio ambiente.
As futuras gerações, assim como nós estamos fazendo hoje, têm obrigação de buscar soluções para acabar com este descaso, uma vez que no futuro seremos os mais prejudicados pela irresponsabilidade das gerações passadas que muitas vezes fizeram atrocidades contra o meio ambiente não por maldade, mas, por ignorância; por não saber que o futuro da humanidade depende da preservação do planeta em que vive.




quinta-feira, 15 de outubro de 2009

A Lagoa da Porta


A Lagoa da Porta nos remete até o começo dos anos de 1940. Praticamente o fluxo do Rio Real já não era como antigamente e a água já era um pouco poluída. Do outro lado estava o Rio Jabeberi, que já não tinha um curso normal como há 50 anos.
O prefeito da época, o saudoso José Menezes, teve a idéia de cavar um tanque. Porem, o trabalho foi executado pelo Sr Raimundo Geraldo, em sua administração. Isso aconteceu mais ou menos no início dos anos de 1950. Em meio à escavação perceberam um escoamento que vinha de um “olho d’água” gerado de um rio proveniente do Rio Real. Após a escavação, as chuvas encheram a Lagoa. A partir daí a população de Campos, atual Tobias Barreto, começou a comer e a beber desse manancial.

Houve uma época em que o Sr Raimundo Geraldo proibiu a pesca num período de cinco meses devido à desova. Dois ou três meses após a desova, a pesca foi liberada, saciando a fome de várias famílias.
É importante frisar que naquela época a população preservava a limpeza, não só dos mananciais, como também da própria cidade.
Com as outras administrações, houve o escoamento dos esgotos e das águas pluviais diretamente para a Lagoa; com isso, os peixes foram morrendo.


Na administração do prefeito Luiz Alves de Oliveira Filho, houve a tentativa de revitalização da Lagoa da Porta, procurando mudar a direção dos esgotos, sem sucesso; pois, a sua administração chegou ao final antes que isso acontecesse.



Até então, nenhuma administração tomou consciência da real importância de salvar um ambiente que tão bem fez à população de nossa região, mais precisamente, de nossa Tobias Barreto.